terça-feira, 21 de abril de 2015

Senado analisa voto distrital para vereador. Teresina entraria na regra



A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal deve apreciar na quarta-feira (22), projeto de lei onde vereadores de municípios com mais de 200 mil eleitores devem ser escolhidos por voto distrital. O autor da matéria é o senador José Serra (PSDB). Segundo o PL, os municípios que se enquadrarem na regra seriam divididos em distritos, em número igual ao de vagas na Câmara Municipal. Cada distrito elegeria um vereador por maioria simples (50% dos votos mais um). Assim, o candidato mais votado seria eleito.

                                  Teresina possui mais de 500 mil eleitores e 29 vereadores

No Piauí, apenas a capital passaria a eleger seus representantes na CMT com a nova regra. Por ter, segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI), 511.144 eleitores e 29 vereadores, Teresina seria dividida em 29 distritos de votação.
Segundo o projeto, o partido ou coligação poderia registrar apenas um candidato a vereador por distrito e cada vereador teria um suplente. Os Tribunais Regionais Eleitorais ficariam responsáveis por definir os distritos, observando a continuidade do território e a igualdade de voto.
Na última quarta-feira (15), o relator na CCJ, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), leu seu voto favorável ao projeto, com uma emenda para excluir dispositivo que previa a extinção da propaganda eleitoral dos candidatos a vereador. 
O texto não foi votado na semana passada por conta de pedido de vista apresentado pelo senador Humberto Costa (PT-PE). Ele argumenta que a proposta é inconstitucional, alegando que também vale para vereadores a regra para escolha de deputados, prevista na Carta, determinando o sistema proporcional para as assembleias legislativas “em cada estado, em cada território e no Distrito Federal".

Hérlon Moraes (Com informações do Senado)
herlonmoraes@cidadeverde.com

Veja 5 dicas úteis para quem decidiu prestar concurso pela 1ª vez



Decidiu prestar concurso público pela primeira vez? A Coluna Economia & Negócios, do Cidadeverde.com elencou algumas dicas de especialistas e de concurseiros que são determinantes para o sucesso:
1) Escolha logo a carreira
Seja pelo interesse em trabalhar no órgão, ou por afinidade ao cargo, o importante é definir em que área você quer atuar. Por exemplo, você pode escolher uma carreira qualquer nos tribunais ou prestar todos os concursos existentes para juiz. O importante é não perder tempo com certames que não tem nada a ver com o que você quer de fato.
2) Não esqueça do edital
Segundo os concurseiros, esse é o principal problema dos iniciantes: não se ater ao edital. Às vezes, depois de fazer a inscrição, o candidato acaba percebendo que não pode prestar o concurso porque não tem algum pré-requisito exigido no edital. Ou, na véspera da prova, percebe que deixou de estudar alguma coisa.
3) Pesquisar provas anteriores
A internet está a seu favor. Provas antigas e referências a respeito do último concurso prestado no órgão que você deseja geralmente são facilmente encontradas e vai ajudar a não chegar à prova totalmente sem experiência.
4) Não esqueça de estudar
Indisciplina é o pior inimigo do concurseiro. É fundamental, portanto, ter um cronograma a seguir, que depende diretamente do peso das matérias e do tempo disponível. Hoje em dia há até aplicativos no celular que ajudam a organizar o horário e ainda trazem questões específicas para cada área.
5) Não deixe de pedir ajuda
Não está conseguindo estudar sozinho? Tente fazer um curso preparatório ou peça ajuda a um amigo que já estuda há mais tempo. Outro recurso é verificar as aulas online, geralmente são mais em conta e podem dar aquele empurrão que faltava.

Fonte: Jordana Cury

quinta-feira, 16 de abril de 2015

ENSINANDO A VOAR



 
Certa feita, o embaixador Alberto da Costa e Silva me falou de uma experiência que o marcaria para sempre. Pequeno ainda, antes de aprender a ler, o pai (o poeta Da Costa e Silva) lia para ele poemas de Baudelaire em francês. O garoto não entendia uma única palavra, mas encantava-se com a melodia das palavras, com a cadência dos versos. Nascia ali a paixão pela leitura e pela leitura. Por oportuno, Alberto é dos mais brilhantes intelectuais do país.   
Há poucos dias, lendo o livro Minhas lembranças de Leminski, de Domingos Pellegrini, deparei-me com uma passagem curiosa. Certa noite, sem saber o que ler para os dois netos, o escritor resolveu apelar para Catatau, de Paulo Leminski, um livro caótico, com uma linguagem torrencial, marcada por metáforas, hipérboles e alegorias de todo tipo. Inicialmente, os netos estranharam,fizeram perguntas sobre determinados termos, etc. Finalmente dormiram. Pellegrini pensou: Catatau é bom para fazer menino dormir. Na noite seguinte, pegou um livro infantil e começou a ler. De pronto, os moleques gritaram: “Este não,vô! A gente quer o do louco bêbado”. Como explicar?
Finalmente, uma experiência vivida por mim. Muito pequeno, no sertão do Caracol, ouvi, numa noite enluarada, minha tia Odete narrar e cantar uma história fantástica. Era a história de uma onça que, desesperada de fome, resolve comer ama bezerrinha de um coronel sertanejo. Eu não sabia ler, mas efetivamente sabia ouvir. Fiquei tão  impressionado com a história que decidi na hora: Tia,quando crescer,quero fazer isso. Eu não sabia que aquele “isso” era poesia, um  “vício” do qual não quero me livrar. Aprendi a ler com enorme facilidade porque precisava ler os folhetos de cordel que me chegavam às mãos numa terra sem livros.
Essas lembranças me ocorreram ao assistir a uma sessão do projeto “Lê pra Mim?”, concebido e posto em prática pela atriz e produtora cultural Sônia de Paula, com patrocínio dos Correios. É tudo muito simples: Sônia e Paulo Aouila, coordenadores do projeto, convidam pessoas de expressão – atores, músicos, desportistas -  para sessões de leitura para crianças de escolas públicas. O resultado não poderia ser mais animador. Na aula a que assisti, a bailarina Ana Botafogo e o humorista João Cláudio leram fragmentos de livros infantis para a  molecada de uma escola periférica de Teresina,  na Casa da Cultura. Um alumbramento, como diria o poeta. Aquelas crianças, pelo menos algumas delas, jamais esquecerão aquele instante mágico. Talvez hoje,mais do que nunca, esteja faltando justamente alguém com tempo, disposição e sensibilidade para ler para (e com) a molecada. Voar também se aprende. Os pássaros que o digam.

Fonte: Cineas Santos